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Textos/Curador/Artes


Algumas informações sobre papel do curador de Artes.
Está página vem para satisfazer e suprir algumas perguntas que nos são feitas via e-mail.
Por vezes há equivoco com o verdadeiro papel do curador de Artes; Sendo confundido e cobrado por deveres que na realidade não lhe pertence.
Aos poucos vamos colocando aqui as ideias e definições sobre os temas abaixo.
Textos/artigos que vem auxiliar os leigos sobre as atribuições de um curador de Artes e complementar conhecimento de outros.
Estes artigos ou secção citam fontes fiáveis e independentes; Os profissionais que quiserem complementar podem nos enviar textos com os devidos créditos.
Trabalho sintonizado e em equipe de profissionais: curador, produtor executivo, arquiteto, designer gráfico, educador, museólogo, restaurador, etc.
O termo curador originalmente vem de curare que significa cuidar, se preocupar. O curador tem como função “cuidar” da circulação pública do trabalho, ele é responsável também pelo “produto final” – a exposição – e o sucesso dela
·         Um curador não é o montador de uma exposição ele lê e define.
·         Um curador não desmonta uma exposição, ele orienta.
·         Um curador não embala as obras, ele acompanha.  
É extremamente importante que o artista saiba de pequenos detalhes para não cometer erros em sua caminhada; Atribuindo ao curador funções descabidas e criando expectativas além de sua capacidade de criador.
O curador Não é um conservador de museu nem um produtor de exposições; Ele nos "guia" pelas imbricações!
·         Sequencias de passos!
·         Critérios cronológicos ou de gêneros!
·         Os passos do artista!
·         O sucesso de uma exposição!
·         Quantidade ou qualidade de público alvo!
·         Artistas acumulam as funções!
·         A exposição coletiva!
·         A exposição individual!
·         A galeria!
·         O artista!
·         O critico!
·         O curador!
·         O espaço cultural!
·         O museu!
·         O produtor!
·         O promolter!
·         O representante!
·         O salão de Artes!
·         Outros!
·         Uso da internet como meio de publicidade!

CURADOR DE ARTE - O curador de arte decide as obras e os artistas que irão participar de uma mostra e, também, o modo como integrarão um contexto artístico, um tema, um sistema de pensamento. Nas últimas duas décadas, o curador de arte passou a representar para uma exposição o mesmo que o diretor de cinema para um filme.
Marcus Lontra, curador, esclarece: “O curador está se tornando uma exigência também nas mostras individuais. Todo artista quer ter um.” Acrescenta ele: “O curador é um mediador gabaritado entre os mecanismos do mercado e a realidade objetiva da produção cultural.” Conclui ele: “O curador é fundamental. No âmbito da arte contemporânea, ele é o grande olho, já que o olho do público não consegue entender.”
Fernando Cocchiaralle, atual curador do Museu de Arte Moderna (MAM), do Rio de Janeiro: “O curador passa a ser uma necessidade quando, por razões históricas, os artistas já não se agrupam em torno de questões plástico-formais comuns. A partir da emergência do contemporâneo, na década de 60, as produções se tornaram mais subjetivas. Alguém tem de agrupar os artistas.”
Fonte: Instituto Cultural Oboé

Curador, comissário de exposições, ou conservador de arte é o profissional capacitado responsável pela concepção, montagem e supervisão de uma exposição de arte, além de ser também o responsável pela execução e revisão do catálogo da exposição. Existem curadores de caráter público ou privado, e podem atuar em galerias de arte, museus e fundações. Geralmente é especialista em História da Arte, Filosofia ou Estética. A palavra "curador" vem do latim tutor "aquele que tem uma administração a seu cuidado". A função do curador já era uma prática adotada em outros países, que se estabeleceu na décima sexta edição da Bienal Internacional de São Paulo, em 1981, feita pelo professor e crítico de arte Walter Zanini, que desempenhava a função de um diretor artístico da Fundação.
Fonte: http://pt.wikipedia.org
Artista se pergunta como mostrar arte nos dias de hoje e propõe alternativas para a Bienal do Mercosul de 2005

Por que uma bienal precisa de um curador? Curador é diferente de crítico. Crítico olha o que está sendo feito e tece comentários, procura enquadrar, catalogar. Não vai além. O curador, que tem seu quinhão de crítico, produz uma unidade visível, baseada no discernimento da situação da arte no momento. Ele pensa, procura ligações, coloca-as de forma visível, palpável, e não num texto apenas.

Não tenho conhecimentos sólidos em sociologia da arte, nem em História da Arte, por isso fica difícil traçar, no panorama das artes do século 20, quando começou o fenômeno das curadorias, que até hoje só fez aumentar de importância. Mas vou tentar: na medida em que o curador ganha importância, artistas e críticos descem na escada da fama.

Fala-se em star quando se fala em curador. Ele está tão em evidência como um popstar, um filmstar. Ele faz acontecer. O que faz um star? Movimenta multidões, tem carisma, traduz sentimentos e vontades que nós temos, mas não podemos expressar. Nas sociedades arcaicas, a função do star era exercida por um pajé. A própria palavra "curador" vem de uma função assim: era, na igreja cristã, o provedor dos pobres, fracos, mentalmente incapacitados.

Hoje, precisamos de curador para montar até uma exposição, sinal dos tempos. Quarenta anos atrás, ainda tínhamos salões de arte, onde os artistas se inscreviam para concorrerem a um prêmio. O mais cobiçado era o do Salão Nacional: viagem ao Exterior. Os salões tinham seus escândalos, seus acertos; eram julgados por cinco críticos de arte, que, por serem diferentes em suas visões, garantiam uma média de acertos que fazia jus ao panorama. Hoje, quase ninguém mais se inscreve em salão (nos poucos que existem), esperando ser convidado por um curador.

A segunda metade do século 20 viu nascer à pós-modernidade. É a glorificação da fragmentação, da sobreposição de estilos (bem visível na arquitetura). Nasceu devido à implosão de sistemas totalitários como o fascismo e o comunismo. No desespero das barbaridades, fortificou-se o expressionismo, o abstracionismo. O expressionismo: "Eu, sozinho, preciso expressar minhas angústias". O abstracionismo: "A cor, o volume, a linha em si bastam-se". Uma oposição ao realismo social é a arte pura, l´art pour l´art. Isso de modo curto e grosso. O novo homem não é dominado pelo Estado, pela Igreja, ele preza a liberdade, a individualidade. O indivíduo se sobrepôs ao coletivo, ao Estado, desligou-se da religião, virou leigo. Cada cabeça pode ser uma sentença, não precisa seguir ideologias ou religiões.

Em termos de arte, isso significa uma avalanche de propostas individuais, fala-se até de "mitologias individuais". Por isso é necessário conhecer bem o artista e sua vida, ter acesso a seus códigos particulares. Pequenos grupos se formam a arte se tribaliza, as diversas tribos não se comunicam. Perde-se a inserção no coletivo maior. Além disso, há uma descrença na arte convencional. O objeto-arte ficou muito caro, entrou no jogo do mercado, por muitos acusado de ser o vilão da história. Pintura, gravura, escultura não melhoram o mundo, mas o mundo precisa muito ser melhorado. Impotência generalizada perante o caos reinante faz muitos artistas abdicarem do objeto-fetiche e enveredar para a fotografia, o vídeo, com a proposta "uma câmera na mão e o povo na frente". Surge à vontade de ação política com a arte, de discussão sociológica, discussão cientifica. Os artistas, na sua vontade de agir e modificar os sistemas sociais entra em todas as áreas do conhecimento humano. O cotidiano é manipulado, a cidade é interferida. Ideias novas procuram uma visibilidade em instalações, esses pequenos mundos que simbolizam os problemas dos grandes mundos. Cada um age como pode. Cada um corre atrás das novidades, que são exigidas hoje. Não é só "quem não se comunica se trumbica"; quem não se renova se trumbica também. Tem a ver com a moda, o consumo, a vertigem dos efeitos especiais em todas as áreas. Não se pode ficar parado, contemplativo. A inversão dos meios, tão necessária como propulsor da inteligência humana, também pode virar uma compulsão neurótica. De tanto inverter os meios podemos esquecer-nos de aprender os meios e criar uma geração de analfabetos. O público fica perplexo.

Alguém precisa interpretar o que se passa para o grande público: surge à figura de quem cura essa perplexidade, de quem cuida dos incapacitados no entendimento das novas modalidades da arte, o curador. O curador não escreve textos complicados, ele tenta dar visibilidade a essa rede complexa de pesquisas e propostas. Junta o que é associável. Não há mais exposições divididas por técnicas, como no tempo dos salões. O curador enxerga um tema que é tratado por vários artistas, de várias maneiras, e procura mostrá-lo ao público.

Como mostrar arte hoje em dia? Tentar mostrar uma unidade, uma conexão. Nessa multiplicidade de informações, é complicado e arriscado. Mas, sem essa unidade, ninguém entende nada, os pedaços ficam soltos. O curador sabe disso. Ele procura uma ideia central que possa abrigar o múltiplo. Mas às vezes fica inseguro, chama co-curadores. Divide a responsabilidade. Divide a sua visão do mundo da arte com outras visões. A complexidade que já reina na arte se instala na tentativa de mostrar a arte. Muitas cabeças, muitas sentenças: o tema se complica, a comunicação se torna mais difícil, o público se perde. O curador chega a invocar a ajuda do público. A última Bienal de Veneza tinha como tema A Ditadura do Espectador.

Na nossa Bienal, o curador disse que o público ia enxergar mais do que ele próprio, mas, quando perguntado sobre aquele mais, desconversou e declarou que o público tinha sido muito exigido na Bienal: "Se eu fosse público, eu diria: 'Esses caras são sacanas'“. Uma autocrítica. De fato, houve três temas principais: o tema do curador-geral, Arqueologia Contemporânea; o tema do curador da Mostra Transversal, o Delírio do Chimborazo; e o tema do marqueteiro, o slogan "A arte não responde. Pergunta". Na Arqueologia Contemporânea, houve subcuradores, escolhendo os artistas nos vários países da América Latina. Muitas cabeças, muitas sentenças. Uma sacanagem com o público? Perplexo, o curador da Bienal do Mercosul quer mudar o modelo da mostra e, para a próxima, envolver mais a comunidade na discussão.

Qual o papel dos artistas nisso tudo? A pergunta sobre como expor a produção artística se coloca para artistas do mesmo jeito que para o curador. Expor como? Com que critérios? Por técnica? Não dão mais, todas as técnicas se fundem. Por países? Não dá mais, aliás, essa é considerada a cruz das Bienais, especialmente em Veneza. Está fugindo disso, atualmente, expondo artistas convidados de outros países nos pavilhões de identidade nacional. Como expor, então? Por tema? Os artistas se refugiaram em linguagens individuais, movimentos de grupos quase não se veem mais. Grandes temas como a antropofagia, o concretismo, o neoconcretismo não existem mais. É difícil mostrar grandes temas, e é necessário um curador, um mediador, que faça o papel do tema, do assunto, que antes era a estrela-guia dos agrupamentos de artistas ou dos artistas dentro de um coletivo normativo. O Grande Juízo de Michelangelo fazia sentido para a coletividade, todo mundo sabia de que ele estava falando.

Mediar à arte para a comunidade é necessário. Arte só faz sentido no coletivo. Precisa ser decifrada por alguém, e alguém deve fornecer a chave para os códigos. Se não, eles giram no vazio. Se o decifrador não possui a chave, como é o caso do grande público, o mediador precisa fornecê-la. Um tema pode ser a chave. Um tema é o sentido de unidade que se busca no aglomerado da multiplicidade. Esse tema precisa ficar claro. A falta de chave deixa os artistas em dificuldades. Eles querem ser decifrados, e muitas vezes não o são. Como reagem artistas a esse impasse da perda da inserção no coletivo?

Eles mesmos viram mediadores de suas obras. Escrevendo grandes textos para se explicarem, se juntando com colegas para reforço mútuo. Assim surge a figura do artista-curador, o artista que procura enxergar as conexões entre várias produções. Vai agir do mesmo jeito que o curador. O artista vem da prática e procura uma teoria que possa englobá-lo pelo menos numa parte da produção atual, que tem afinidade com ele. É uma nova forma de agrupamento. Até para fazer uma exposição individual vale essa preocupação. No próprio release que vai para a divulgação, o artista procura um texto mediador. O curador, seja ele curador-artista ou artista-curador, é a procura da junção dos fragmentos soltos da pós-modernidade. O curador de grandes eventos procura um sentido no caos da produção artística.

O que fazer na próxima Bienal? Eis o grande problema, de difícil resposta. Aqui tento algumas: continuar a procura de um sentido da arte, tirar a arte do isolamento, conciliá-la com o público, olhar mais as coisas que estão sendo feitas, não empurrar sempre os mesmos artistas de evento em evento como uma fórmula, não tratar de muitos temas num único evento, para não sobrecarregar a comunicação, informar mais o público, encontrando meios que estejam à altura da compreensão do público, e não responder às perguntas com mais perguntas, dar aulas públicas e divertidas com esclarecimentos sobre os artistas, contar o porquê da escolha do tema.
E, principalmente, devolver ao público a possibilidade de reencontrar a maravilha, essa percepção que vem do estado de graça da contemplação de um objeto que conciliou a perfeição da forma com a perfeição da ideia. Faz falta, hoje, o exercício da admiração, da empatia. Algo muito na contramão do barulho e da banalidade do cotidiano, das soluções fáceis e descartáveis da cultura shopping Center.

E, finalmente, convidar os artistas locais para confraternizar com os artistas de fora, para um mútuo conhecimento, cuidar da parte social e socializante não só para os organizadores, mas também para os produtores da arte: os artistas.
Todas essas considerações são tentativas capengas de entender nosso mundo tão fragmentado. Uma bela entrevista com Nelson Aguilar, que se desnudou em suas dúvidas com coragem e charme cultivado, possibilitou uma discussão que nas edições anteriores da Bienal jamais houve. A cidade está elétrica, o que é um estado muito promissor.


MARIA TOMASELLI/ Artista plástica, participou da 2ª Bienal do Mercosul (1999).


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Michael Asbury – A figura do curador, como entendemos hoje em dia, é algo muito recente. Não sei se podemos considerar a emergência desta figura como um avanço necessariamente, embora seja possível ressaltar vários exemplos positivos, ou mesmo exposições, que, apesar de serem altamente problemáticas, foram importantes no sentido de apresentarem novos aspectos dentro da avaliação do que seria a arte contemporânea. A figura do curador, no sentido que entendemos hoje, me parece ter substituído a figura do crítico de arte. Isto é, aquele crítico que se filia a um grupo de artistas, normalmente vivendo ou trabalhando nos arredores do próprio crítico, na mesma cidade, por exemplo. Este crítico que se torna porta voz do grupo não existe mais, ou é muito raro. O curador não apenas substitui o crítico no sentido da função, do escrever ao expor, ele ou ela substitui o crítico em termos do investimento com o grupo local de artistas. O curador, em comparação ao crítico, é uma figura muito mais nômade, indo de um lado para o outro, descobrindo novos artistas, justapondo-os com outros mais conhecidos etc.São funções muito distintas, portanto: o crítico que se filia, que segue a trajetória de um grupo ou grupos, que se aprofunda nas repercussões deste desenvolvimento; enquanto há o curador que trabalha o momento. A sucessão destes momentos acaba sendo algo efêmero, a não ser nos poucos casos em que a exposição realmente acaba marcando um momento decisivo historicamente. Não há, portanto, avanço, mas, sim, uma mudança de ritmo, a chegada de uma certa efemerilidade cultural.
Fonte: Zero Hora | Arte em discussão | 30/09/2013
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Nicolas Bourriaud – Curadoria sempre existiu, da mesma forma que a seleção e a escolha não podem ser separadas da criação artística. No passado, colecionadores, galeristas e diretores de museus assumiam essa função. Apenas as formas e os procedimentos mudaram, em um ambiente cada vez mais saturado de informações. O curador é um viajante, processa informações e estabelece uma direção. De certa forma, duplica uma das características mais importantes do artista, sendo que eu chamo de “semionaut”: um navegador (nautos) dentro de um campo de sinais (semio). Nosso trabalho consiste, principalmente, na geração de sentido, em primeiro lugar através da justaposição de obras de arte dentro de uma exposição, e também através da leitura da situação ou a invenção de novas “percepções” (quero dizer, modos de ver).

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