Foto Wilson Bernardo
Não poderia deixar de registrar tão valioso acontecimento e para além hipotecar meus cumprimentos e agradecimentos ao grupo 100 fronteiras através de seus gestores que muito somaram para o sucesso do salão.
Parabenizo a todos os artistas participantes e a equipe de organizadores em especial a Edilma Rocha por proporcionar a todos nós uma exposição brilhante e principalmente pelo resgate ao salão de Artes do Cariri.
O que era para ser uma mostra regional tornou-se uma mega exposição com participação de outros estados brasileiros e de outros países tais como Espanha, Itália e Portugal.
Por João Vaz (Jornalista e artista-SP.)
Centro Cultural do Araripe em Crato
RESGATE: VI Salão de Outubro, Resgatando as Artes do Cariri - Por Wilson Bernardo.
Inicio e finais dos anos setenta. O Crato como sempre fervilha, tal qual um caldeirão de iguarias e condimentos artísticos. Jovens talentosos e idealizadores com sonhos revolucionários, querendo transformar o mundo pelos caminhos da arte. Sim, se não modificaram o mundo ficou aquela sensação do dever comprido, e muitos seguiram a estrada em diversos segmentos da arte maior que são suas expressividades culturais múltiplas, mas significativas.
Edilma uma mulher destemida e de personalidade forte, na sua flor de idade rejuvenescida, peita muitas dificuldades, e luta pelo resgate do salão de Outubro. Vencemos todos e mais uma vez a sensação do dever cumprido, mas um mundo continua com seus problemas de gerenciamentos desestruturantes para aqueles que querem fazer da arte a arma das emoções. Parabéns a todos.
Foto - Wilson Bernardo
03/11/10 - CRATO CEARA
Outubro das Artes: Salão de outubro: Por: Wilton Dedê -Crato Ceara
Fui apresentado ao Salão de Outubro pelo amigo Bola Bantim em 1976. Naquele ano ele me fez a proposta de dar nova vida ao Salão que, segundo ele, haviam três anos não acontecia. Fruto do distanciamento dos componentes do grupo de artes “Por Exemplo”, que por necessidades profissionais e/ou pessoais tiveram que deixar o Crato. Segundo Bola, estaríamos também reativando o referido Grupo de Artes. Começamos o nosso sonho e partimos em busca de realizá-lo.
Assim, saímos à procura de novos nomes, novas caras, novas forças que, junto com os que aqui ficaram, dariam continuidade ao projeto.
Buscamos Ladislaw Chagas(musico), Vera Maia(poetisa e pesquisadora), Mucio Duarte(poeta e artesão), Stenio Diniz(xilogravurista), Rosenberg Cariri(poeta e cineasta), Geraldo Urano(poeta), Abidoral Jamacarú(musico), Emerson Monteiro(fotografo e artesão) entre outros. Nos reuníamos na Praça da Sé, sempre à noite, em meio à paz dos oitizeiros e das noites do Crato.
Nos dias seguintes ao dia 1º de outubro de 1976 saímos na cidade. Procuramos os empresários e políticos que confiavam no nosso trabalho. Tivemos valiosas parcerias. Aqui posso ressaltar a presença do Senhor Caio Teles(sulcepa), Dr. Landim e Dra. Dulcilene, Prefeito (à época) Ariovaldo Carvalho, entre outros.
O convite foi impresso na forma de cordel e impresso na gráfica do Sr. José Bernardo, em Juazeiro do Norte, chamada Lira Nordestina. A capa era uma xilogravura de Stenio Diniz.
Além dos artistas caririenses tivemos a presença de vários artistas de Fortaleza, capitaneados por Rosenberg Cariri, de Recife e Salvador.
A musicista Divanni Cabral realizava a “SEMANA SECULAR”, um evento também de artes voltado à música. Tivemos o prazer de contar com a sua parceria e a SECULAR aconteceu dentro do Salão de Outubro.
Procuramos integrar todas as linguagens: musica, pintura, xilogravura, poesia, fotografia, colagens, lançamento de livros, exposição de artesanatos regionais, violeiros, danças populares,etc.
Escolhemos a rua. Os salões não traduziam a nossa vontade de levar ARTE ao povo de uma forma direta, sem entremeios que pudessem nos distanciar do real cotidiano.
O Salão de Outubro de 1976 foi realizado no calçadão da rua José de Alencar. Um dos mais vistos, visitados, comentados e um dos mais lembrados de todos os salões.
A partir daí o grupo se tornou coeso. Tomou forma e ganhou vida. Realizamos outros salões. Ao todo foram 18 salões em vinte anos. O próprio salão tomou vida. Sempre nos primeiros dias de outubro as pessoas chegavam ao Parque Municipal ou Praça da Sé para oferecer seu trabalho na realização do SALÃO DE OUTUBRO.
Assim foi que ao longo dos vinte anos vieram outros nomes, Sergio Murilo Peixoto, Dane de Jade, Carlos Rafael, Cacá Araújo, Teto Pinheiro, Valeria Brito, Paulo Fuisca, Oswaldo(Zada), Edelson Diniz, Danilo Fidelis, Ivan Alencar, Miúda, Valmir Paiva, Renato Dantas, Pachelly Jamacarú, Abidoral Jamacarú, José Figueiredo(DECA), Zé Ari Feitosa, entre outros nomes que agora me fogem à memória(pessoas de quem me desculpo pelo esquecimento). Destaque à riquíssima presença de Normando Rodrigues, de saudosa memória.
Foram assim os nossos salões. Infelizmente chegou um tempo em que ele novamente agonizou. Sim agonizou apenas. Porque permaneceu vivo na memória das pessoas que o viram e que o viveram. Prova disso é que ele está aí de novo. Vivo.
Hoje, graças a nossa grande e querida amiga Edilma Saraiva, o SALÃO DE OUTUBRO mostra de novo a sua força. E qual Fênix ressurge belo, bonito, presente novamente na nossa história.
Aqui, em nome de todos aqueles que fizeram o SALÃO DE OUTUBRO, levo os meus agradecimentos à força e a coragem de Edilma Saraiva.
Parabéns amiga. Que Deus lhe conserve sempre com essa força para continuar a história do Salão. Ele é a nossa cara. Tem a cara do Crato. Tem a sua cara.
Valeu pelo resgate e obrigado.
Por: Wilton Dedê
A emoção da arte – Por Emerson Monteiro
Visitei o Salão de Outubro do Crato em sua sexta edição, ora sob a coordenação da artista plástica Edilma Rocha, que lidera equipe de pessoas identificadas com a iniciativa, gerando resultados de sucesso. Numa grata surpresa em termos da qualidade das obras expostas de autores inclusive de outros estados brasileiros, vivi de perto a emoção da boa arte que toca o sentimento e transcende as coisas só físicas e materiais. Nos trabalhos oferecidos aos olhos dos visitantes, pinturas a óleo, aquarelas, técnicas mistas, esculturas, há um passeio pelo mundo da eloquência visual, nestes tempos de tanta tecnologia e indústria, grafismo e mercado de produtos e consumo, velocidades, rumores, vídeos. O clima ocasionado pela arte clássica de telas e objetos trazidos à mostra propicia viagem aos campos das galerias e dos museus que consolidaram o vigor da história da Arte.
Na galeria da RFFSA, em espaço organizado com esmero, senti a força que tem Edilma e seus sonhos das artes plásticas, frutos do talento e da herança familiar que, no Crato, garantiu lugar de destaque na pintura e na fotografia, legenda reconhecida noutras terras, legado de algumas gerações iniciado com o avô Júlio Saraiva, e prosseguiu através dos seus genitores, Edílson Rocha e Telma Saraiva.
Por: Emerson Monteiro - Crato Ceara.
Cabe a mim isto de reconhecer aqui o carinho e a dedicação ao VI Salão de Outubro demonstrados por quem este ano o conduziu. Em duas edições da mesma mostra, nos anos de 1977 e 1978, participei de sua organização, juntamente com Luiz Karimai e outros artistas, com exposições situadas no então Parque Municipal, hoje Praça Alexandre Arraes. O Salão de Outubro deste ano corresponde, pois, em tudo por tudo, ao bom nível das mostras anteriores, reforçando, nesta fase de revitalização depois de algumas décadas, o ímpeto artístico da comunidade cratense dentro do universo rico de criatividade e das produções culturais da Região caririense.
Por: Emerson Monteiro - Crato Ceara.
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